O que é o Tempo senão o grande dissimulador? Se o Amor é o grande arquitecto humano, o tempo é, por sua vez, a massa aglutinadora que tudo faz mover, retroceder, parar perigosa ou fecundamente a vida. O tempo pode soprar grávido de esperanças e de repente tornar-se curto para a sua concretização; pode avançar estéril, clivando inúmeros sacrifícios, pequenas escaramuças que nada criam e tudo tornam vazio. O tempo: o mistério e a dimensão inexorável para o homem. E, no entanto, há tempos diferentemente infinitos, com ritmos e cadências únicos. Cada um tem um tempo, e cada um tem uma ordem no seu tempo. A verdadeira sabedoria é criar o nosso tempo, instalarmo-nos cuidadosamente na nossa posição e tecer o nosso destino. Saber que não estamos nem um infinitésimo segundo atrasados nem um infinitésimo segundo adiantados no Teatro da Vida.
Na verdade, o Tempo é a única realidade inteiramente livre: repetidamente constrito, medido, fraccionado, nunca é patenteado, a ninguém pertence. Junto com o sopro da vida, está na génese do próprio Universo...
O texto é seu? Se for, eu achei mto bom! Estava eu a pensar sobre a inercia do tempo quando resolvi procurar no Google se existia algum texto a respeito dessa linha de pensamento. Porém, embora não concorde com a personificação nem com a visão de um tempo ativo e sim passivo, concordo com o resto. O tempo para mim é inerte, é passivo de nossas ações.
ResponderEliminarCaro Márcio Ventura, este texto, assim como todos neste blog são meus, por isso ainda bem que gostou.
EliminarO Tempo é sem duvida o que fazemos dele, mas há tantos tempos dentro do tempo que se pensarmos Nele como uma grande dimensão, como o Espaço e a Matéria, subsiste uma faceta de ilusionista, que transcende a passividade que fala. Se gostou deste texto leia os seguintes, Há um tempo para todas as coisas sob o céu e o Tédio.
Boas leituras!