Encontrar um Eu num Outro seria o meu objecto de paixão por excelência. Não há surpresas em mim, se mantiver o olhar na superfície. Querer mais é próprio dos loucos, comedida sou se quero apaixonar-me por mim num outro. Onde há um reflexo vivo de mim própria para poder amar com segurança, ou melhor, para poder amar simplesmente? A irredutível individualidade de quem se habita só, há demasiado tempo, tornou impossível o despojamento de si que é condição do amor...
A negação de encontrar um par é o derradeiro narcisismo ou uma racionalização da solidão. Ainda não descortinei. Alimento-me de fogos fátuos, de miragens de glória, de ilusões de altruísmo. Tudo são distrações ao verdadeiro sentir. E assim continuo sem conseguir escrever com simplicidade, sentir com simplicidade, ser com simplicidade, esperar com simplicidade. Há uma ansiedade em tudo...
Trata-se de uma simplicidade rodeada de complexos porque todo o ser é igualmente semelhante a si mesmo, bem como diferente.
ResponderEliminarSe assim não fosse como poderíamos "descortinar" a diferença?