Percorro, pés e olhos, este baile de máscaras
e só eu exibo uma máscara de mim.
Escarlate e laranja escondem o breu que
subsiste. Uma luz pura e ténue é
eclipsada. Existe, porque alguém crê
que ela se insinua, quando, por instante,
me distraio na margem da verdade.
Não é só fogo-fátuo;
É escudo e é couraça.
Aflora-se a superficie e o gesto
tem a aparência da vontade.
Bela e perfeita é a máscara
Redonda, lisa, acetinada
Porque assim é o que é efémero:
sólido e falso.
E o que fica, o que fica são
pupilas pretas, íris transparentes, pestanas raras.
E tudo tem a maravilha do que é
pequeno e frágil e verdadeiro.
Pois é Ariana a make-up é efémera, mas o que assim é- é normalmente aquilo que mais prazer e gosto nos dá, assim como, uma maior confiança em nós mesmas, mulheres, capazes de sermos aquilo que queremos de nos reinventarmos e de nos tranformarmos; assim é ser Mulher!!! lollol
ResponderEliminarBeijinhos
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EliminarRita, queria fazer o elogio da make-up e afinal parece que fiz um pouco o oposto...não consigo simplificar, ligo sempre o complicómetro :)
EliminarQuerida Rita, eu acho que tens mesmo talento e há algo de mágico em poder transformar o outro, ver nele ou nela beleza, antes de que o próprio o veja: és a primeira a descobrir beleza, onde ela ainda não é visível. Para isso há que ver com os olhos do coração: até para criar uma máscara, tens de ver mais além... Penso que sofres dessa cardiopatia especial, com elevada acuidade visual :) Um beijo
"...A Vénus de Milo raramente passeia nas nossas ruas. As formas Olímpicas, os grandes mármores femininos, corpos de estátua, divinamente esculpidos em linhas impecáveis, esbeltas e fecundas, dificilmente maravilham os nossos olhos de hoje. As deusas fatigaram, empalideceram, corromperam a sua plástica soberba e perfeita...A mulher bela transformou-se na mulher interessante. A magreza criou um tipo preverso, satânico, sugestivo de mulher...grandes olhos em brasa, perfis angulosos, bocas estéreis, bustos esguios, complexos, finos, trémulos, mais imaginação que carne - eis as mulheres de hoje - Não há mulheres belas talvez? mas há muito mais mulheres bonitas. Não são talvez feitas de carne e rosas, como antigamente - mas são feitas não sei do quê, um pouco bonbons e um pouco bonecas, o que é infinitamente mais curioso, porque é infinitamente mais complicado."
ResponderEliminarIn:. Augusto de Castro - Fumo do meu cigarro - Mulheres, página 21 a 23, Sociedade de Expansão Cultural, Lisboa, 1964
Filipe, não conhecia este autor, mas gostei e subscrevo inteiramente.
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