sábado, 16 de abril de 2011

Manifesto do Amor

Recuso-me, recuso-me a acreditar que o Amor dos livros não existe. Não o amor à primeira vista, porque é de facto uma doença raríssima que quase passou a lenda. Quero antes acreditar que existe um Amor forte, que faz doer sempre e muito. Um Amor que tem tanto de sofrimento como de felicidade, cujo único fio condutor é a intensidade. Porquê, porquê me contentar com o hábito, o companheirismo, a relação "dá jeito e não faz mossa"? Talvez daqui a uns anos esse seja o horizonte possível, com a sede de intempérie saciada para sempre. Mas nesta moratória, exercito a esperança e iludo a descrença...

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  2. O amor tem de doer e muito? Porque?
    Temos de sofrer tanto como temos de felicidade?
    Certamente há muitos amores assim! Mas quanto tempo duram? é suposto durarem?
    Sabemos que no amor, a matemática não funciona. A soma de dois contrários não é necessariamente zero...uma nulidade...mas assim...dá negativo.
    Um dia de sol, é mais bonito, mais harmonioso do que um dia de intempérie...
    Um amor sofrido como o que deseja, é de certa maneira doentio.
    Eu compreendo o seu desejo, um amor forte, intenso, memorável...para uma vida...mas sofrer com a intensidade com que descreve é a única solução?

    ResponderEliminar
  3. Não me interprete mal, obviamente que não tem, de todo, de ser assim. Existem tantas formas de amar, não tem sempre de doer.
    O amor é sempre um pouco doentio, não isento de jogos de poder, de condicionalismos...já dizia o poeta que o amor é uma doença, quando nele julgamos ver a nossa cura:)
    Quanto à durabilidade do amor...sabe que este estado de intensidade que anseio no amor é apenas transitório...porque o Amor é dinâmico e mutável...Nada no mundo permanece igual, tudo se transforma.

    ResponderEliminar
  4. O poeta tem razão! :) Como Florbela Espanca (entre outros) tão bem descreve num dos seus poemas mais sublimes!

    ResponderEliminar