Dois cães negros no meu ser, ouço, na noite de corujas e pirilampos, os seus latidos ao longe, os seu choro triste, amordaçado. Dois seres em conflito, a sua força, membros que se contraem num ímpeto jovem e belo, pêlo luzidio quase azul, que se reflecte à face deste luar redondo, que me entra na janela.
Dois cães negros, seu ventre vulnerável, de entranhas revolvidas, face à pobreza, à indignidade, à maldade por essas veredas disseminada, como uma doença, como um vírus, não vivo, apenas sedento de vida.
Dois cães negros no meu ser, nesta noite de silêncios, ouço o seu rugido de medo, antecipação nervosa pela luta. Duas forças que se digladiam, há muito em repouso, há muito em silêncio. Há beleza em seus corpos de guerreiros, há beleza na luta, porque há verdade, e a verdade será sempre bela.
Dois cães negros puxando a sua corda, arriscando o seu pescoço. Não lutar é suicídio. Não lutar é morrer lentamente. Não lutar é mentir.
Lutar é viajar, é deixar o seu animal livre, nem que seja só uma vez, é sentir-se vivo...vivo...vivo.
Ari temos de lutar sim, por um futuro melhor! Vamos como cães à luta! Beijinho
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