quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Por vezes, o amor, ou o sonho dele

Por vezes, ah, por vezes,
passa um segredo na minha alma
sigo-o e é uma sombra.
E é um homem. Um príncipe que vive
dentro de mim. Quando ele passa,
um tapete de cristal se derrama sob
seus pés, passos que se ouvem
como notas da ópera mais bela.

Ele passa, e só eu ouço o bater
suave do seu coração, que é
música das esferas. Uma longa
capa carmesim aflora os meus dedos,
estreitam-se luzes de poder: um
deus passou aqui. Mas ninguém,
Ninguém vê, como tudo se curva
E ele passa e desliza e flutua.

Por vezes, ah, por vezes,
sonho que o vejo, e não vejo
apenas desejo. É um segredo
e é meu. Possuí-lo é secreta solidão,
é íntimo prazer. Possuí-lo é acreditar
em cascatas calmas. Em barcos com asas.
Em dias sem noites. Em amor sem erro.

Por vezes, ah, por vezes...


2 comentários:

  1. Gostei muito do poema!!! beijokas da kokas!!!

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  2. Obrigada amiga, foi escrito com amor e esperança pelo que há-de vir... bjinhos

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