Estas andorinhas em voo ascendente, a sua doce pequenez, terna fragilidade, a sua dualidade em branco preto, em duas faces que se namoram num voo elegante, a sua trajectória familiar, sempre de regresso, ou de partida, para Casa, uma qualquer terra que seja sua, onde mora a sua memória. Memória de pássaro, cuja bússola segue o norte do seu coração. Pequenino, descompassado, efémero.
Quantas vezes, quantos de nós, se detiveram numa janela, admirando o seu cuidado, a sua tenacidade sem quebranto. Quantos de nós desejava esta sazonalidade de sentidos, voar até onde quer que estivesse o calor, o nosso coração mais seguro, o nosso amor sob as nossas asas. Andorinhas de um anjo, em louça, em vidro que se parte, que se cola à parede, imitação de vida que se torna recordação das asas que queremos ter, para voar, mas sempre e sobretudo, para Voltar; a Casa, ao que é conhecido, ao que se ama, ao que é nosso...
Sem comentários:
Enviar um comentário