quarta-feira, 1 de junho de 2011

Rodeando o vazio

Um lago parado é infecundo por inerência. Estagnado, é por definição um vazio de actividade, um poço de inércia. É como um buraco negro; mas, tal como ele, insuspeito da sua verdadeira dimensão. Tudo aglutina, assimila e digere. É um vazio devorador, misterioso, denso. De repente, não é possível sentir, apenas dilatar para dentro, mantendo aos olhos externos uma superfície impassível... é esta a derradeira fronteira da solidão.