terça-feira, 23 de agosto de 2011

Escrever bem quando se está feliz

Eis um título que se materializa na impossibilidade. Só escrevo bem quando estou triste. A tristeza imprime profundidade às palavras, além de lhes ampliar a universalidade. A maioria das pessoas, durante grande parte do tempo está triste...escrever é um exorcismo da tristeza, liberto de culpas ou condescendências...

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A inércia do tempo e o seu avanço inexorável

O que é o Tempo senão o grande dissimulador? Se o Amor é o grande arquitecto humano, o tempo é, por sua vez, a massa aglutinadora que tudo faz mover, retroceder, parar perigosa ou fecundamente a vida. O tempo pode soprar grávido de esperanças e de repente tornar-se curto para a sua concretização; pode avançar estéril, clivando inúmeros sacrifícios, pequenas escaramuças que nada criam e tudo tornam vazio. O tempo: o mistério e a dimensão inexorável para o homem. E, no entanto, há tempos diferentemente infinitos, com ritmos e cadências únicos. Cada um tem um tempo, e cada um tem uma ordem no seu tempo. A verdadeira sabedoria é criar o nosso tempo, instalarmo-nos cuidadosamente na nossa posição e tecer o nosso destino. Saber que não estamos nem um infinitésimo segundo atrasados nem um infinitésimo segundo adiantados no Teatro da Vida.
Na verdade, o Tempo é a única realidade inteiramente livre: repetidamente constrito, medido, fraccionado, nunca é patenteado, a ninguém pertence. Junto com o sopro da vida, está na génese do próprio Universo...